Shôjin (精進) é composto de dois ideogramas: 精 (shô) que significa espírito e 進 (jin) progresso. Denota o desenvolvimento espiritual, da ação cotidiana de controle de si até a aquietude do espírito, do sentimento de gratidão, dedicação e crença para seguir o próprio caminho.
Shôjin Ryôri foi introduzida no Japão junto com o budismo chinês no século VI e difundiu-se com o desenvolvimento do zen-budismo a partir do século XIII.
É possível apontar duas razões para que essa culinária tenha encontrado um terreno fértil no Japão, primeiro pela geográfica e topográfica, em virtude da grande facilidade para o cultivo de verduras. A segunda razão é a religião, pois o budismo orienta não matar e tal preceito aplica-se aos seres humanos e todos os animais, inclusive insetos, eliminando, assim, a opção da carne e peixe como fonte de alimento.
Pode-se compreender melhor a shôjin ryôri por intermédio de um trecho da obra zen-budista “Zen’en seiki” que se refere ao cuidado com a escolha do produto e técnica, bem como ao modo de se alimentar:
“Na preparação dos alimentos, tenha constantemente o espírito moral. Cuide-se para escolher o produto das quatro estações. Determine o modo mais adequado para a preparação dos ingredientes. Introduza as variações das técnicas culinárias. Esforce-se para enaltecer a comunidade monástica a fim de que seja possível saborear os alimentos com alegria”.
Mesmo a Shôjin Ryôri, apesar de leve, não é para ser consumida com exagero. É preciso considerá-la como fonte medicinal e comer apenas o suficiente para assegurar a saúde, porque, afinal, o alimentar-se significa proteger o corpo de doenças e da morte.
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